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No painel Empresas AI First: Reinventando Carreiras e Competências, realizado durante o ABES Summit 2025, especialistas discutiram os impactos da inteligência artificial nas organizações e os caminhos para preparar profissionais diante da transformação digital. Moderado por Juliana Ramalho, CEO da Talento Senior, o debate reforçou que formar pessoas para trabalhar com IA é uma decisão estratégica — e não apenas técnica.

Camila Achutti, CEO da Mastertech, foi enfática ao afirmar que o conceito de “AI First” ainda é imaturo no Brasil. “Precisamos de empresas IA ready, com pessoas preparadas para aplicar IA com propósito. Tecnologia é meio, não fim. Se não estivermos resolvendo problemas reais, estamos fazendo tecnologia só pela tecnologia.” Segundo ela, o foco deve estar em formar profissionais capazes de fazer boas perguntas, interpretar respostas com senso crítico e reconhecer vieses. “Empatia e coragem também são competências essenciais. Só existe futuro se ele for intergeracional.”

Paulo Moraes, cofundador do Instituto Talenses e diretor da divisão LANDtech, destacou o papel da liderança na definição de perfis profissionais e na aplicação estratégica da IA. “Muitas empresas entram no hype e criam áreas de IA sem saber o que precisam. A liderança deve entender as tecnologias disponíveis, os resultados esperados e só então definir os perfis adequados.” Ele alertou para o desalinhamento entre estratégia e cultura organizacional, que pode frustrar talentos e comprometer a inovação.

Silvia Bassi, publisher do The Shift, trouxe uma visão crítica sobre o excesso de expectativas em torno da IA. “Estamos na fase em que a cobrança por resultados supera o hype. A IA está aí, mas ainda contamos uma história incompleta. Agora é hora de mostrar resultados concretos.” Ela também reforçou que a IA exige talentos humanos altamente qualificados, especialmente em áreas como ética, pensamento crítico e governança.

Camila Achutti complementou que, no passado, empresas buscavam plataformas robustas e resilientes. Hoje, a pergunta mudou: “Qual benefício você vai me entregar?” Com agentes autônomos e IA, é possível entregar serviços completos. “A liderança precisa fazer essa transição e criar ambientes de confiança. Não basta conhecer tendências, é preciso liderar com propósito.”

O painel concluiu que a capacitação será híbrida, contínua e centrada em competências humanas. E deixou um alerta: “Como líderes das empresas de software, escolham bem as métricas para não se equivocarem nas escolhas.” A era AI First exige mais do que tecnologia — exige visão, responsabilidade e pessoas preparadas para transformar.

Sobre o ABES SUMMIT

A 15ª edição do ABES SUMMIT, realizada em 08 de outubro no JW Marriott, em São Paulo, teve como tema central “Fronteiras Digitais – Geopolítica, Tecnologia e Sustentabilidade”. O evento promoveu um dia de imersão para CEOs, líderes e representantes do governo, com o objetivo de destacar o poder da tecnologia para acelerar a transformação dos negócios e da economia. Em um cenário de recalibração global onde tecnologia e geopolítica se entrelaçam, o ABES SUMMIT debateu estratégias práticas para enfrentar desafios como o domínio da Inteligência Artificial (IA) e IA Agêntica, a cibersegurança global, regulação e políticas públicas, e a qualificação da força de trabalho. O foco foi no papel estratégico do Brasil, que pode se firmar como protagonista global na transição energética, na preservação da biodiversidade e no avanço digital, devido à sua matriz limpa e ecossistema de inovação. O ABES SUMMIT 2025 contou com transmissão online gratuita e o selo BMV, compensando 100% dos impactos ambientais.

Patrocinadores: ApexBrasil, Finep, Embrapii, Kaspersky, Nic.br, Caesbra Benefícios, Banco do Brasil, Devfy e Digiforte.

Assista aos painéis do ABES SUMMIT 2025: https://youtube.com/playlist?list=PL2X1JJqBpAkMM7gQhOIAmH9pZwpIG4jQ8&si=i4xIh0sAI-kunjvj

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