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*Por Ricardo Recchi

A cada nova onda tecnológica, surge a percepção de que apenas as grandes corporações podem usufruir de seus benefícios. Mas com a Inteligência Artificial (IA), esse movimento foi diferente. Segundo o Sebrae, 44% das pequenas e médias empresas brasileiras já utilizam alguma solução baseada em IA em seu dia a dia.

E a tendência é de crescimento: um estudo da Microsoft aponta que 75% das micro, pequenas e médias empresas no país estão otimistas quanto ao impacto da tecnologia em seus negócios, enquanto 73% pretendem manter ou ampliar seus investimentos em IA. Ou seja, ainda tem muito espaço para essas empresas crescerem com a IA, que democratizou o acesso à inovação, cenário que antes era privilégio apenas de grandes corporações.

Um projeto bem sucedido para as pequenas e médias empresas deve iniciar pela visão e pelo valor que a IA pode trazer ao negócio. Começando a jornada pelos ganhos de eficiência e produtividade, a próxima etapa é avançar para uma cultura orientada por dados.

Da organização das informações à extração de insights, a IA vai proporcionar uma verdadeira transformação dos negócios a partir da sua governança de dados. E, a partir da identificação da sua necessidade ou de seu problema real, esses desafios são traduzidos em tecnologia que, de fato, impacta a operação trazendo ganhos diretos, como aumentar a produtividade por meio da automação de tarefas repetitivas, por exemplo, liberando tempo para que as equipes se concentrem no que realmente gera valor.

Outro ponto de destaque da IA para esse mercado é a possibilidade de reduzir custos e tornar os processos mais ágeis, ao mesmo tempo em que eleva a qualidade do atendimento, usando, por exemplo, chatbots e assistentes virtuais disponíveis 24 horas.

Já no quesito inteligência de mercado, essa tecnologia permite analisar grandes volumes de dados para embasar decisões estratégicas e, no marketing digital, ela pode promover a personalização das campanhas, aumentando a conversão e a melhoria no relacionamento com clientes. Não à toa, segundo o Sebrae, 65% das startups brasileiras reportaram aumento de crescimento e eficiência operacional após adotarem soluções de IA.

Avançando nesse cenário, um dos movimentos mais promissores é a chegada dos assistentes e agentes de IA. Enquanto os assistentes atuam como verdadeiros copilotos, ajudando em atividades pontuais, como redigir relatórios, organizar agendas ou responder a clientes, os agentes vão além, capazes de agir de forma proativa e autônoma, conectando-se a diferentes sistemas da empresa para executar processos complexos, como a gestão de estoque, a análise de vendas ou o acompanhamento de campanhas de marketing.

Essa evolução mostra que a IA está deixando de ser apenas uma ferramenta de apoio para se tornar parte ativa da operação, ajudando as PMEs a competirem em um patamar que, até pouco tempo atrás, parecia inalcançável.

Muitos podem apontar que o preço da implementação da IA é alto. Mas já existem formas de tornar a tecnologia acessível. Hoje, é possível contar com plataformas especializadas em IA generativa, que combinam frameworks robustos, serviços corporativos e componentes prontos para acelerar o desenvolvimento, que não têm altos custos e podem ser implementadas de acordo com a necessidade da organização.

Essas plataformas asseguram a integração dos ambientes, aumentam a velocidade de implantação, garantem privacidade e segurança dos dados, processam grandes volumes de informação com precisão e permitem escalabilidade e atualização contínua das bases de conhecimento.

Em um mercado cada vez mais competitivo e digitalizado, a mensagem é clara: a Inteligência Artificial já não é uma aposta distante, mas sim uma realidade acessível, estratégica e decisiva para a sustentabilidade e o crescimento das pequenas e médias empresas.

*Ricardo Recchi é regional manager Brasil e Portugal da Genexus by Globant,  empresa especializada em plataformas Enterprise Low-Code que simplificam o desenvolvimento e a evolução de softwares por meio da Inteligência Artificial

Aviso: A opinião apresentada neste artigo é de responsabilidade de seu autor e não da ABES – Associação Brasileira das Empresas de Software

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