
Quem são os profissionais que trabalham nas empresas ou departamentos de tecnologia da informação (TI) no Rio de Janeiro? Qual o perfil desses profissionais? Quanto ganham para atuar nesse mercado? Quais as características mais valorizadas no setor? Estas e outras respostas foram conhecidas hoje (5) com a divulgação da Pesquisa de RH TI Rio 2025. Os resultados apontam que o setor possui uma base organizacional estável, incrementos planejados e investimentos consistentes. O levantamento revela ainda que houve melhoria na governança de pessoas, com políticas e indicadores positivos para liderança, capacitação e práticas de diversidade e inclusão (D&I).
“Essas evidências mostram um ciclo virtuoso do ecossistema de TI fluminense, o que pode ser fruto de um cenário divulgado recentemente no Estudo de TICs do Rio de Janeiro, que revelou que o setor cresceu cerca de 10% pós-pandemia com um investimento de mais de R$ 65 milhões pelas empresas da área”, analisa Alberto Blois, presidente do TI Rio – entidade que representa as empresas de tecnologia da informação e comunicação do estado do Rio de Janeiro –, responsável por ambos os levantamentos.
Sylvia Meireles, diretora do TI Rio e coordenadora da Pesquisa de RH TI Rio 2025, destaca que o levantamento confirma um novo estágio de maturidade do ecossistema fluminense de tecnologia, marcado pela integração entre tech providers (empresas provedoras) e organizações tech-driven. “Os resultados mostram que o setor está mais conectado e descentralizado, com polos emergentes em cidades como Teresópolis e Três Rios, que ampliam a capilaridade e fortalecem o interior fluminense como eixo de inovação. Essa desconcentração não apenas reduz custos operacionais, como também favorece a retenção de talentos locais. Outro ponto central é a consolidação do modelo híbrido, que vem sendo adotado de forma estruturada, com rituais e métricas de desempenho, resultando em equipes mais enxutas, produtivas e com maior previsibilidade nos resultados”, considera Sylvia.
Encomendado pela diretoria do TI Rio e realizado pela Fábrica de Cursos com apoio da PUC Rio, o levantamento tem como proposta orientar políticas de recursos humanos para a área. Este ano, 71,1% das respondentes são empresas de TI e 28,9% são organizações de outros setores com área interna de tecnologia. “Apesar da coleta on-line, anônima e voluntária, tivemos a participação gamificada, com premiação para as empresas que tivessem maior engajamento. Além disso, contamos com a IA do playNwhere, DASH (IA generativa do playNwhere), que acompanhou a participação tirando dúvidas em tempo real. Outra novidade foi a inserção do LLL (lifelong learning) com materiais educativos sobre as temáticas da pesquisa (D&I e legislação, LGPD e melhores práticas, T&D com ferramentas de diagnóstico, pesquisas com indicadores e outras)”, explica Sylvia.
Conheça alguns resultados da pesquisa
Maturidade e porte – A amostra é madura: 71,0% têm 15 anos ou mais (16–30: 39,5%; 31+: 31,6%), sugerindo governança consolidada e capacidade de execução de projetos complexos. Em porte, prevalecem estruturas enxutas — Micro (15,8%) e EPP (47,4%) somam 63,2% — seguidas por Médias (28,9%) e Grandes (5,3%). Esse mix combina decisão ágil e escala por ecossistema (parcerias, consórcios e inovação aberta).
Estruturas e equipes – 68,4% operam com até 50 colaboradores. Nos times de TI, 52,6% mantêm de 1 a 10 profissionais. A opção por equipes compactas favorece velocidade de entrega, customização e orquestração por especialistas (outsourcing e talentos sob demanda).
Formatos de trabalho – O sistema híbrido consolida-se como padrão de colaboração. No período de 12 meses, 44,7% das empresas mantiveram o quadro de TI, sendo que 34,2% cresceram (com ênfase em até 20%); 7,9% expandiram acima de 20% — sinal de crescimento seletivo e disciplina de headcount. Evidências experimentais e em larga escala indicam que 1 a 2 dias de escritório/semana preservam produtividade e promoções e reduzem a rotatividade.
Faixa salarial por cargo – o quadro das empresas é composto mais por profissionais juniores: 42,1% (com salário até R$ 2,5 mil) e 36,8% (na faixa de R$ 2,6 mil a R$ 5 mil). A faixa salarial dos profissionais plenos varia de R$ 2,6 mil a R$ 7,5 mil. Já os seniores, em sua maioria, recebem de R$ 5,1 mil a R$ 15 mil.
Investimentos em Capacitação e Desenvolvimento (L&D) – os critérios de recrutamento, seleção e retenção de talentos prioriza compensação e benefícios competitivos (54,1%), soft skills (51,4%) e aderência cultural/modelo de trabalho (46,2%). Experiência e habilidades específicas aparecem em proporções equivalentes (29,7%), preservando exigência técnica sem ‘engessar’ a contratação.
Desenvolvimento de líderes e employee experience – seguem no topo da agenda de RH, com ênfase em tecnologia para eficiência. Sendo que as oficinas colaborativas (54,1%) lideram como as práticas mais comuns para a educação corporativa. Destacam-se ainda os formatos digitais estruturados, que já somam 37,8% (21,6% microlearning + 16,2% trilhas personalizadas).
Prioridades de qualificação – IA (48,6%), Segurança da Informação (37,8%), Gestão de Projetos (37,8%), novas linguagens (29,7%), além de soft skills (27,0%), comunicação (24,3%) e liderança (21,6%) são elencados na pesquisa, o que é coerente com os panoramas internacionais de AI & Big Data, cybersecurity e project talent gap.
Liderança (competências essenciais) – O perfil de liderança é estratégico e humano: visão do negócio (84,9%), empatia na gestão de pessoas (78,8%) e capacidade de adaptação (72,7%).
ESG e Diversidade – Observa-se avanço feminino em proporções intermediárias (25–50%) e crescimento da presença em gestão — ainda em times reduzidos, mas já estruturante para aceleração de liderança. Onde a presença feminina era residual, hoje observa-se a ocupação de 1 e 2 mulheres a cada 4 profissionais, base para mentorias, sponsoring e políticas com metas e indicadores. Embora a mentoria para mulheres figure entre as práticas mais efetivas; as principais barreiras são ausência de políticas estruturadas (57,1%) e vieses no recrutamento (17,1%) — reforçando a necessidade de governança de D&I.
Para ver a Pesquisa de RH TI Rio 2025, acesse ti.rio.













